segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Estresse: como identificar os sintomas

Todo mundo brinca com a situação, dizendo: - "Não estressa", ou - "Tá estressado? Vai pescar". Mas, o que pouca gente sabe é que o estresse é considerado uma doença, tem sintomas e tratamento. Para isto, é preciso ficar atento - principalmente - a alterações do humor e no comportamento.



COMO APARECE:
Os sinais iniciais de estresse costumam aparecer em atividades do dia a dia. O que antes parecia simples passa a ser complicado. O que dava satisfação começa a irritar. O que era visto como conquista transforma-se em derrota. O pior é que muitas dessas mudanças não são notadas, justamente porque a pessoa está estressada e não tem condições de julgar os problemas com equilíbrio e clareza, o que faz a bola de neve aumentar. É muito comum a descoberta do problema quando ela já se transformou em uma doença mais séria.
A Drª Selma Bordin, psicóloga do Hospital Albert Einstein, alerta: "As pessoas usam essa palavra (estresse) para dizer que o dia foi corrido, com um monte de coisas para fazer, mas isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido até os dias de hoje".


OS SINAIS
Ninguém adoece, devido ao estresse, de um dia para o outro . E o próprio corpo avisa que as coisas não vão bem, basta prestar atenção. Confira alguns sinais que podem indicar estresse:
  • sensação de desgaste constante
  • alteração de sono (dormir demais ou pouco)
  • tensão muscular
  • formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo)
  • problemas de pele
  • hipertensão
  • mudança de apetite
  • alterações de humor
  • perda de interesse pelas coisas
  • problemas de atenção, concentração e memória
  • ansiedade
  • depressão
CAUSAS
Os chamados estressores podem ser:
  • internos: da própria pessoa, ligados a características de personalidade, como perfeccionismo, pressa, querer fazer tudo ao mesmo tempo.
  • externos: do ambiente. Mudanças em geral, até mesmo as positivas, desencadeiam estresse – porque exigem uma adaptação. Assim, são grandes fatores estressantes externos, por exemplo: o nascimento de um filho, mudanças profissionais (troca de emprego, promoção, demissão), aposentadoria, mudança de casa, divórcio, doença ou morte de pessoas queridas. Mas há também os pequenos, como o trânsito, que pode acabar tendo um peso importante para muitas pessoas.
"Quão estressante é um fator depende sempre do fator em si e da forma que a pessoa lida com ele", comenta a dra. Selma.
POTENCIAIS ESTRESSORES
Veja o potencial estressante de algumas situações, sendo 100 o maior possível*.
  • morte do cônjuge - 100
  • divórcio - 73
  • prisão - 63
  • morte de um parente querido - 63
  • casamento - 50
  • demissão do trabalho - 47
  • aposentadoria - 45
  • reconciliação conjugal - 45
  • gravidez - 40
  • grandes conquistas pessoais - 28
  • problemas com o chefe - 23
  • férias - 13
*Fonte: The Social Readjustment Rating Scale, dos psiquiatras Thomas H. Holmes e Richard H. Rahe, ambos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.


COMO EVITAR E TRATAR
É bom lembrar que estresse todo mundo tem, mas até certo ponto. No dia-a-dia, situações diversas apresentam-se para as pessoas, que se adaptam a elas. "É preciso ter estresse para poder viver. O problema é quando ele se torna excessivo, quando supera a capacidade de adaptação da pessoa ou quando ele persiste por muito tempo", alerta a psicóloga.
Algumas atitudes simples podem evitar ou amenizar o estresse:
  • dormir direito
  • cuidar da saúde
  • alimentar-se de forma saudável
  • fazer atividades físicas
  • proporcionar-se momentos de prazer
  • refletir sobre a maneira de lidar com as situações e buscar mudanças
"Se com esses cuidados a própria pessoa não conseguir controlar os níveis de estresse, deve procurar ajuda profissional", aconselha a profissional.
Três procedimentos ajudam a tratar o estresse:
  • identificar os estressores
  • aumentar a resistência pessoal a ele
  • quando for possível, eliminá-lo
Quão estressante é um fator depende sempre do fator em si e da forma que a pessoa lida com ele.
No tratamento, o psicólogo ajuda o paciente a encontrar formas de contornar os estressores que não podem ser mudados. "Se meu problema é o trânsito, vou tentar horários, rotas alternativas. Se não tenho escolha, não vou ficar dentro do carro chorando e gritando. Eu posso aproveitar esse tempo para ouvir música, uma fita de idiomas, ler alguma coisa enquanto está parado. Precisamos resolver o que fazer com o problema", diz a dra. Selma.
Já os estressores internos, aqueles que são resultado de características de personalidade, requerem um trabalho maior. "Ninguém muda com pequenas dicas, e psicoterapia pode ser necessária. Quando o jeito de lidar com as coisas é problemático, é aconselhável procurar um psicólogo", orienta a dra Selma.
Importante: em nenhum momento deve-se lançar mão da automedicação. "Não existe medicação para tratar estresse. Alguns médicos prescrevem complexos vitamínicos. Se o estresse for crônico e evoluir para um estado depressivo ou ansioso, encaminhamos para avaliação de um psiquiatra", explica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, crítica ou ideia à respeito deste post!