domingo, 27 de janeiro de 2013

As cinco fases do luto

Quer perde alguém, sabe o quanto é doloroso e triste. Uma ferida que demora a cicatrizar, mas acima de tudo, uma ruptura na alma que a gente acha que nunca mais vai sarar.
Nossos sentimentos ficam confusos, entramos em desespero, depressão, ficamos com raiva e às vezes até culpamos Deus por nos tirar do convívio de quem tanto amávamos.
O fato é que tudo isso faz parte do que a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross descreve como fases do luto ou perda. Muitos passam por elas e depois que tudo acaba - e finalmente aceitam a perda (última fase) - olham para trás e conseguem dizer coisas como: "Foi melhor assim", "Agora ele(a) está num lugar melhor" ou "Descansou no Senhor".
Para que você saiba como funciona a dinâmica psíquica das fases do luto, eu as listo neste post pelo modelo Kübler-Ross*.




1. Negação e Isolamento: são mecanismos de defesa temporários do Ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo.

2. Raiva: surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o Isolamento. Nessa fase a pessoa expressa raiva por aquilo que ocorre, geralmente essas emoções são projetadas no ambiente externo, os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento.

3. Barganha: acontece após a pessoa ter deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. Nessa fase busca-se fazer algum tipo de acordo de maneira que as coisas possam voltar a ser como antes. Começa uma tentativa desesperada de negociação com a emoção ou com quem achar ser o culpado de sua perda. Promessas, pactos e outros similares são muito comuns e muitas vezes ocorrem em segredo.

4. Depressão: Nessa fase ocorre um sofrimento profundo. Tristeza, desolamento, culpa, desesperança e medo são emoções bastante comuns. É um momento em que acontece uma grande introspecção e necessidade de isolamento, aparece quando a pessoa começa a tomar consciência de sua debilidade física,  já não consegue negar as condições em que se encontra atualmente, quando as perspectivas da perda são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou agredir e se revoltar também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda.

5. Aceitação: nesse estágio a pessoa já não experimenta o desespero e não nega sua realidade. As emoções não estão mais tão à flor da pele e a pessoa se prontifica a enfrentar a situação com consciência das suas possibilidades e limitações. Claramente o que interessa é que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz e com dignidade, mas a aceitação não deve ser confundida com um estágio feliz, ela é quase destituída de sentimentos.


*O Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco estágios discretos pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. Segundo esse modelo, pacientes com doenças terminais ou recém divorciados também passam por esses estágios.O modelo foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross em seu livro On Death and Dying, publicado em 1969. Os estágios se popularizaram e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte). Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem todos são experimentados pelas pessoas, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

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